A briga entre as famílias Ferraz e Novaes ganha mais um capítulo. A pedido do Ministério Público de Pernambuco, a Justiça decretou a prisão de seis homens acusados de tentar assassinar o policial civil Carlos César Florentino Novaes. Quatro dos suspeitos são da família Ferraz. O crime aconteceu em março de 2010, em Paulista, no Grande Recife.
Entre os acusados que tiveram a prisão decretada estão os irmãos Ayrton Giordano Ferraz Nunes, o Tito Ferraz, Marc Antônio Ferraz Nunes, conhecido como Nino de Gracinha, e Antônio Glauco Ferraz Nunes, apontados como mandantes do homicídio frustrado, além de Marcelo Freire Ferraz, que seria um dos executores.
O juiz Anchieta Felix da Silva também mandou prender Edmilson Alves de Souza, o Dadá, e Antônio Fernandes de Souza, o Da Bala. Eles são acusados de, junto com Marcelo Ferraz e Geraldo Souza – este último preso logo após o crime – atirarem no policial civil.
O crime teria sido planejado em resposta a outra tentativa de homicídio ocorrida em 2005, no Recife. O policial Carlos Novaes responde até hoje como acusado de atirar contra Marc Antônio Ferraz. De acordo com a polícia, os irmãos Ferraz, por causa disso, teriam encomendado a morte do agente civil.
Carlos Novaes chegou a ser preso suspeito de cometer o crime. Atualmente, segundo a Polícia Civil, ele permanece afastado das funções devido ao processo de tentativa de homicídio ao qual responde na Justiça.
O promotor Antonio Arroxelas Macedo Filho explica que, inicialmente, ficou comprovado apenas que Geraldo Souza havia participado do crime contra o policial. “Havia uma impressão digital dele no carro de Carlos Novaes. Mas solicitei à polícia que continuasse a investigação. Dessa forma chegaram aos outros acusados”, explicou.
Para o promotor, a conclusão da investigação revela que a guerra entre os clãs Ferraz e Novaes ainda não chegou ao fim. “Infelizmente é uma briga que ainda não acabou.”
Antônio Arroxelas não soube dizer se todos os acusados estão soltos. “Alguns estão presos por outros casos”, explicou. Os mandados de prisão foram encaminhados, esta semana, para a Delegacia de Capturas.
Apesar da decisão da Justiça, a impunidade ainda marca o conflito entre os Ferraz e os Novaes, que são de Floresta, no Sertão de Pernambuco. As mais de 30 baixas nas duas famílias, desde 1993, só chegaram a julgamento duas vezes.
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