A passagem para a vida adulta veio acompanhada de uma mudança esperada há tempos por Lindberg Lopes, 20 anos. O morador da cidade de Mirandiba, no Sertão pernambucano, não precisa mais viajar 500km na ambulância da prefeitura em direção à capital. Percurso que fazia a cada quatro meses para infusão do pamidronato. Há cerca de um ano, ele recebeu alta do Imip e só precisa voltar duas vezes anualmente para avaliação dos endocrinologistas. Um alívio e vitória para portadores de osteogênese que, em sua maioria, têm como um dos maiores adversários na luta por qualidade de vida a rede de assistência à saúde pública.
“Atualmente, o tratamento dos portadores de OI esbarra na questão social. Muitos pacientes dependem do município, que nem sempre disponibiliza transporte. Muitos deles acabam voltando só com dois anos”, diz a endocrinologista Ana Carla Neves. Segundo a especialista, isso pode fazer diferença no tratamento. “Existe um ciclo que precisa ser feito de acordo com a idade e o tipo de osteogênese do paciente. Se esse ciclo é quebrado, o osso faz depósitos e a possibilidade de ocorrer fraturas aumenta.”
Para chegar ao Recife, Lindberg enfrentava oito horas de viagem. Dividia o espaço na van cedida pela administração do município com portadores de outras enfermidades. Vinha para um dos únicos três centros de referência em OI do Nordeste, o mais próximo de casa. Entre a ida e a volta, passava três dias internado no Imip e mais dois na casa de apoio da cidade no Recife. O espaço, onde também se hospedam outros passageiros da ambulância, traz um misto de desconforto e aflição. Um sobrado antigo no bairro da Boa Vista, com poucos e esgarçados móveis, algum punhado de comida e o cheiro da miséria.
Livrar-se disso tudo significou mais autonomia, além de fazê-lo encarar a doença de forma mais branda. “Era sempre muito cansativo”, lembra. A última vez que Berguinho esteve no Recife foi há duas semanas, para consulta no Hospital do Câncer, onde vem uma vez por ano examinar o fêmur direito. “Por causa das fraturas, ele desenvolveu um caroço que precisa ser acompanhado. Mas os exames nunca dão nada”, explicou a mãe, Lúcia Lopes, 41.
Fraturas - Apesar de ter deixado o tratamento com bifosfonato pamidronato para trás, ele ainda convive com fraturas esporádicas. A última delas ocorreu durante o bloco das virgens de Mirandiba, no qual ele desfilava vestido de mulher. “A cadeira de rodas ficou presa em um buraco e tombou. Quebrei um braço e uma perna, que demoraram mais ou menos um mês para recuperar”, contou. Em junho passado, durante a quadrilha na escola, a parceira de dança deu um puxão mais forte e ele também fraturou um dos braços. Demorou 20 dias para ficar bom”, lembra.
Mesmo que as fraturas tenham sido resultado de “estripulias” e farras, Berguinho faz questão de comparecer às festas para as quais é convocado pelos amigos. Para formalizar o carimbo de festeiro, virou um dos integrantes da banda de pagode Oz Fantasmaz, na qual toca repique. O grupo se apresenta em Mirandiba e arredores.“Os meninos sempre me levam. Tomo só cuidado para não bater com muita força no instrumento”, conta o corinthiano roxo.
Terminando o ensino médio neste ano, Berguinho pretende ingressar na faculdade já em 2014. O curso ainda está a ser definido, assim como o local. “Preciso saber se aguento ir até Salgueiro ou Serra Talhada, que ficam a mais ou menos 60km. Caso não, vou fazer à distância”, diz, determinado. (diário de pernambuco)
Meu grande amigo Berguinho tem a seu dispor caro editor, uma total assistência da secretaria de saúde onde o TFD foi destaque em humanização com carro novo com ar condicionado pegando-o em sua residência e levando-o em total conforto com sua guerreira acompanhante sua mãe que nunca se queixou da administração atual as vezes me canso com tamanha falta de respeito com os gestores vindo de blogueiros sem total conhecimento de causa.
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