Na
tentativa de amenizar os efeitos da pior seca dos últimos 40 anos, o
Governo do Estado, por meio da Agência Pernambucana de Águas e Climas
(Apac), está convocando empresas do País que desenvolvem trabalhos com
semeação de nuvens. A ideia é realizar os estudos de viabilidade a
partir dos portfólios detalhados entregues até o dia 15 de fevereiro, e
só a partir daí lançar o edital para a contratação da empresa
responsável pela produção de chuvas nas regiões mais castigadas do
semiárido.
O
processo de semeação de nuvens consiste basicamente no lançamento de
sais, como o iodeto de prata, sobre as massas de vapor d’água. A
substância age como um componente de atração da umidade, provocando a
precipitação da chuva. No Brasil, os estados de São Paulo, Bahia e Ceará
já utilizaram o sistema com o intuito de amenizar a estiagem em algumas
regiões. Os projetos encaminhados à Apac serão submetidos à avaliação
de uma banca de meteorologistas.
“Estamos
em um estágio inicial de uma ideia que pode ser uma boa opção para
combater os efeitos da seca. Poderíamos chamar a empresa que já fez a
experiência em outros estados do Brasil, mas queremos conhecer as
propostas, pois se trata de algo novo e precisamos ter cautela até
sabermos se realmente é algo viável para Pernambuco”, declarou o diretor de Regulação e Monitoramento da Apac, Sérgio Torres.
O que
parece solução para o Governo, para o professor de Agronomia da
Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) e especialista na área
de clima, Geber Barbosa, é perda de tempo e dinheiro.
Segundo o pesquisador, a técnica de semeação de nuvens já foi utilizada
em diversas partes do mundo, porém sem resultados positivos concretos. “É
um processo complexo, que envolve muitos estudos. Um deles é o de
direção e velocidade do vento, pode acontecer de a nuvem ser levada para
outra região que não necessitasse tanto daquela chuva”, exemplificou.
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