Depois da intensa cobertura nacional e internacional da vinda do papa Francisco ao Brasil, o pastor Silas Malafaia, da Assembleia de Deus – a mais numerosa agremiação evangélica do Brasil – chamou de “covarde” a forma como o pontífice se referiu aos homossexuais no voo de volta ao Vaticano, após a Jornada Mundial da Juventude. Disse o papa, na ocasião: “se uma pessoa é homossexual e procura Deus e a boa vontade divina, quem sou eu para julgá-la?”.
Malafaia, em texto publicado no site Verdade Gospelnesta terça-feira, disse que o religioso cedeu ao lobbygay.
“Faltou ao Papa a firmeza de dizer que a prática homossexual é pecado. Uma maneira subjetiva e covarde de não assumir uma posição firme que a Bíblia não negocia”, escreveu o pastor.
“Depois a Igreja Católica reclama que está perdendo gente para a igreja evangélica. Falta-lhe condenar o pecado”, afirmou ainda.
Um dos temas discutidos durante a JMJ foi justamente a perda de fieis. A proporção dos brasileiros que seguem a Igreja Católica caiu de quase 90% para 64,6% da população entre 1980 e 2010.
As declarações do papa foram extremamente bem recebidas por grupos de defesa dos direitos homossexuais que, embora não tenham visto mudanças nas posições oficiais do catolicismo, elogiaram a abertura ao diálogo.
O alcance das palavras do pontífice teve ainda outro efeito no Brasil: um padre excomungado pela Igreja Católica por declarações a favor dos homossexuais, em Bauru (SP), entrou na justiça para reverter a decisão de sua diocese.
Fonte: EXAME